Prédio da Fundação Frei João Batista, em Anápolis
A Fundação Frei João Batista Vogel (FFJBV) é uma organização religiosa sem fins lucrativos que atua na área da comunicação em Goiás e pertence à Ordem dos Frades Menores da Província do Santíssimo Nome de Jesus do Brasil. A história da instituição está intimamente ligada a suas emissoras: Rádio São Francisco 97.7 FM, Rádio 96 FM, em Anápolis; e Rádio Cultura 101.1 FM, em Catalão. A FFJBV também possui uma marca comercial chamada Rádios de Resultado (RDR) que media as relações comerciais da Fundação.
Conforme a Ata de Constituição da Fundação Frei João Batista Vogel, documento que inicia oficialmente a existência da instituição no dia 12 de fevereiro de 1976, a Fundação é de caráter permanente e tem por fim “propugnar pela formação cívica, moral, cultural, educacional, religiosa, artística, literária, por meio da divulgação escrita, falada, televisada, bem como especificamente pela promoção das vocações religiosas dos Frades Menores e das Irmãs Franciscanas, dentro do espírito democrático e da formação cristã”.
MISSÃO
Colaborar com o crescimento e a transformação da sociedade, através de nossos veículos de comunicação, pautados nos princípios católicos e nos interesses e necessidades sociais, difundindo informação de credibilidade, diversidade cultural e entretenimento, com o propósito de melhorar os resultados de nossos anunciantes.
VISÃO
Ser referência de comunicação em rádio no Estado de Goiás, sob as premissas da inovação, comprometimento com a sociedade e da melhoria contínua de nossos processos organizacionais, promovendo um clima organizacional de desenvolvimento humano e resultados positivos para nossos anunciantes e ouvintes.
VALORES
Rádio São Francisco
Curiosamente, a Fundação Frei João Batista Vogel é mais jovem que duas de suas três emissoras. A Rádio São Francisco, depois a Rádio Cultura e só então a FFJBV, surgiram no contexto do apostolado radiofônico da Província do Santíssimo Nome de Jesus do Brasil. A intenção dos frades era estabelecer na região de Anápolis um meio de comunicação para divulgar conteúdo educativo e de evangelização. A então Rádio Sant’Ana começou a funcionar, ainda como experimento, no Natal de 1958.
Em 1961, o então ministro provincial Frei Pedro Schoffer enviou ao governo uma proposta para aumentar a potência e o alcance da Rádio. A ideia era funcionar a 5000 watts durante o dia e 1000 watts durante a noite. Como a proposta foi recusada, a organização contratou um engenheiro. O profissional apresentou a frequência 670 kilohertz como uma possibilidade, que foi enviada novamente para aprovação da Comissão Técnica de Rádio, em 1962. Entretanto, em virtude da ascensão da Ditadura Militar, em 1964, houve atraso para liberar a documentação.
Já era 1965 quando finalmente obtiveram a permissão para instalar a infraestrutura da emissora, que operaria na sintonia 670 AM. Para que a Rádio funcionasse de forma regular, era necessário aprovar um processo legal de abertura. Isso só poderia ser feito no Rio de Janeiro, através de um procurador. Simultaneamente, a marca e o processo da Rádio São Francisco, inciados pelas irmãs Jacira Aparecida da Cunha, Maria Auxiliadora da Silva e Maria Ferreira Barbosa, foram cedidos em doação aos frades franciscanos. Assim, no momento do envio da documentação, o procurador tinha em mãos dois processos de abertura de emissoras de rádio. Como só havia uma frequência disponível, era necessário escolher uma das marcas.
A decisão coube ao procurador da Fundação Frei João Batista Vogel no Rio de Janeiro, que optou por enviar o processo referente à Rádio São Francisco, simplesmente porque o documento estava completo, ao contrário dos procedimentos da Rádio Sant’Ana. Os direitos para explorar os serviços de radiodifusão, na frequência de 670 kilohertz, com a potência de 5000 watts foram reconhecidos meses depois no Diário Oficial da União. No entanto, em 1967, o governo militar abriu um inquérito que paralisou os processos de vários veículos de comunicação, incluindo a Rádio São Francisco.
Somente em 1º de março de 1971, aproximadamente 10 anos depois, a Rádio São Francisco entrou no ar. O primeiro slogan foi “Emissora Sorriso”. Uma vez estabelecida, a emissora precisava se organizar internamente e ganhar mais espaço na região. O primeiro diretor da emissora foi Frei João Batista Vogel, cujo nome da Fundação carrega como uma homenagem.
Frei João Batista Vogel
Frei João Batista Vogel nasceu em Buffalo, cidade no norte do estado de Nova Iorque, nos Estados Unidos, e começou cedo a vida religiosa. Foi ordenado sacerdote aos 24 anos, em 1945, e lecionou por seis anos na então recém fundada “Bishop Timon High School” (Ensino Médio). Ao ser convocado para servir no Brasil, o frade passou um ano em Pires do Rio. Em seguida, trabalhou no Colégio São Francisco, em Anápolis, onde lecionou por mais oito anos antes de se tornar o segundo diretor da instituição de ensino.
Nesta época, Frei João Batista Vogel já se destacava pela proatividade e domínio da língua portuguesa. Foi encarregado de organizar um curso de aculturação para missionários estrangeiros no Brasil. O Centro de Formação Intercultural (CENFI) foi fundado em 1960, em Anápolis, e transferido, em 1962, para Petrópolis, no Rio de Janeiro. O CENFI mudou de localização repetidas vezes ao longo dos anos de 1965 a 1995, quando foi agregado ao Centro Cultural Missionário – Órgão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. A instituição funciona atualmente em Brasília.
Após contribuir com a fundação e estabelecimento do CENIF, o frade voltou a Goiás em 1965, como pároco da paróquia de Nossa Senhora da Abadia, em Quirinópolis, cargo que ocupou por seis anos. Neste período, Frei João Batista Vogel contribuiu com movimentos como os Cursilhos de Cristandade, Legião de Maria e Renovação Carismática Católica. Foi convocado em seguida a voltar para Anápolis, onde dedicou habilidades didáticas e de comunicação no apostolado radiofônico e se tornou o primeiro diretor da Rádio São Francisco.
Como pioneiro, o frade americano pavimentou o caminho a ser seguido por seus sucessores: promover a educação e a evangelização através do rádio, com alegria e leveza. Sua própria voz esteve na sintonia da rádio até 1975, quando, após descobrir que estava com leucemia, o Frei retornou aos Estados Unidos para tratar a doença. Infelizmente o câncer era de um tipo agressivo e ainda pouco conhecido pela Ciência. Frei João Batista Vogel morreu aos 54 anos, no dia 25 de novembro de 1975. Desses, 23 anos foram dedicados à igreja, em Boston.
O legado de Frei João Batista e suas contribuições para a educação, a evangelização e a cultura foram reconhecidos em diferentes cidades goianas. Além da Fundação Frei João Batista Vogel, há uma rua Frei João Batista Vogel no setor Rosa dos Ventos em Aparecida de Goiânia. Em Quirinópolis, a Avenida Frei João Batista é uma das principais vias do setor central do município. Em Anápolis, o Colégio Estadual Polivalente Frei João Batista, no bairro Maracanã, também homenageia o frade.
Rádio Cultura e Rádio 96FM
O sucesso da Rádio São Francisco, em Anápolis, motivou os frades a expandirem o apostolado radiofônico. A oportunidade surgiu em 1965, quando a Província do Santíssimo Nome de Jesus do Brasil comprou os equipamentos e direitos da Rádio Cultura, em Catalão. O primeiro programa da rádio foi ao ar no dia 6 de junho daquele ano. A emissora tem programação e estilo musical semelhantes à Rádio São Francisco e, como essa, conquistou rapidamente a audiência e o carinho da população.
Buscando atingir os públicos mais jovens em uma cidade em expansão, a então já existente Fundação Frei João Batista Vogel (FFJBV) decidiu lançar uma nova emissora, com uma programação musical focada em música pop e rock. Assim, após nova organização e processo jurídico, no dia 31 de julho de 1976, dia do aniversário de Anápolis, aconteceu a inauguração oficial da emissora 96 FM.
Rádios de Resultado
Em 2017, a FFJBV criou a marca Rádios de Resultados com o objetivo de organizar e modernizar as relações comerciais das três emissoras. Uma vez realizada a mudança da sintonia AM para a FM, com melhor qualidade e alcance, o potencial comunicativo das três rádios aumentou exponencialmente.
A história em citações
O jornal Folha de Goiás, do dia 7 de setembro de 1977, noticiou:
“O FM – estério da Rádio São Francisco desta cidade – melhorou a qualidade de programação e está liderando em audiência em Anápolis e Goiânia. Atualmente, a Rádio funciona 17 horas por dia e todo o sistema está instalado na Rua 1º de Maio. Atualmente, a programação da Rádio São Francisco no setor de FM é considerada de alto nível e sua instalação em Anápolis veio oferecer nova opção aos anapolinos”.
No dia 11 de setembro de 1979, o jornal Correio do Planalto publicou:
“Não é publicidade, mas a Rádio São Francisco FM está tendo IBOPE dentro de Goiânia. No último fim de semana, com o Rádio sintonizado na FM da São Francisco, pudemos notar a quantidade de rádios ligados em nossa emissora, nos principais lanches da capital. Um som puro com uma programação respeitável. A nossa emissora em FM só pode receber os nossos aplausos”.
O jornal Folha de Goiás, do dia 22 de junho de 1978, ressaltou as emissoras da Fundação Frei João Batista Vogel:
“Em FM e AM, e com uma programação dirigida à classe A, a Rádio São Francisco de Anápolis está funcionando 18 horas por dia. Em ondas médias, a Rádio Anapolina mantém programas de linha sertaneja e popular, com seleção musical de nível atualizado. O sistema FM busca alcançar um público jovem, “como rádio dirigida para o futuro”.(…) Cumprindo a finalidade essencialmente religiosa da emissora, há três programas religiosos: O Sol Nasce Para Todos; Conversando com o Ouvinte; Alegria e esperança”.
No final da década de 70, a Rádio São Francisco AM, ganhava destaque nos jornais pelas coberturas esportivas.
Em março de 1987, sai o resultado da pesquisa de audiência realizada pela Rede Independente de Emissoras (São Paulo) e, pela primeira vez em anos, a Rádio São Francisco é citada como a detentora do primeiro lugar. Enfim, ela se consagra como a emissora de Rádio mais ouvida na região.
Em 19 de março de 1982, a FM é novamente elogiada. Desta vez, pelo jornal Diário da Manhã:
“A FM São Francisco da cidade de Anápolis está mostrando como se faz um bom rádio, usando música brasileira. Talvez seja por isso que a audiência tem aumentado, e muito na preferência do público goianiense”.
E, no ano seguinte, as emissoras da FFJBV, são novamente elogiadas em todo o Estado de Goiás, por meio do Correio do Planalto do dia 31 de outubro de 1983, pois conquistaram a renovação automática:
“A Rádio São Francisco de Anápolis teve renovada automaticamente por 10 anos, sua concessão para explorar os serviços de radiodifusão sonora em onda média nesta cidade, segundo informação do diretor administrativo, Frei João Galdino Pereira. A renovação automática se deu em virtude da emissora estar em dia com todas as normas exigidas pelo DENTEL. (…) A Rádio São Francisco se sente orgulhosa com o fato, já que é a única emissora de radiodifusão do Estado de Goiás a ter a concessão para funcionamento renovada automaticamente, sendo este um fato raro”.
Conforme pesquisa realizada pelo Instituto Voga Brasil, a Rádio São Francisco 97.7 FM lidera como a mais ouvida de Anápolis, enquanto a Rádio 96 FM é a segunda mais ouvida da cidade. Os pesquisadores ouviram mil pessoas entre os dias 6 e 13 de fevereiro de 2023 e concluíram que 70.1% dos anapolinos escutam rádio. Desse percentual, 19.2% preferem a Rádio São Francisco 97.7 FM e 15.6% a 96.3 FM.
Pode-se afirmar que os ouvintes consideram a Rádio São Francisco 97.7 FM como a melhor rádio de Anápolis. Assim, a emissora é uma excelente opção para anunciantes que buscam atingir todas as faixas de idade e gênero nesta área, já que a Rádio São Francisco 97.7 FM detém a maior audiência de Anápolis e região: eixo Goiânia-Anápolis-Brasília onde mais de 7 milhões de pessoas moram.